Material O Jornal "Reitora da Ufal: disputa acirrada"

22/05/2011 11:46

Alexandre H. Lino – Repórter

Uma eleição com cara de disputa majoritária. Este é o clima da campanha para reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Os professores Valéria Correia, Paulo Vanderlei e Eurico Lôbo são os três candidatos para sucessão da reitora Ana Dayse Dórea, que deixa o cargo após oito anos no comando da maior instituição de ensino superior do Estado. A eleição está marcada para o dia 8 de junho, e, já nesta definição, começam as polêmicas que vão acompanhar todas as cenas desta campanha, provavelmente a mais tumultuada dos últimos 16 anos.

A oposição tem como uma de suas principais críticas a data da eleição. Tanto Valéria Correia quanto Paulo Vanderlei são uníssonos ao dizer que são vítimas de um golpe orquestrado pela reitora, para evitar que o processo eleitoral seja mais extenso, e consequentemente, tenha um maior número de críticas à gestão. “Do registro da chapa até o dia da votação não temos um mês”, disse a professora Valéria. A definição das datas foi definida por maioria folgada pelo Conselho Universitário. Os opositores também reclamam da divisão de vagas desigual dentro do Consuni.

Para Eurico Lobo, atual vice-reitor e apoiado por Ana Dayse, a oposição tenta capitalizar um discurso que não tem coerência com a realidade. Segundo ele, historicamente as eleições da Ufal aconteceram no primeiro semestre, só que as sucessivas greves do período em que Fernando Henrique Cardoso comandou a Presidência da República prejudicaram o calendário acadêmico. Ele lembrou que, na Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), a eleição já aconteceu e a posse só será no segundo semestre. “Precisamos garantir a transição”, afirmou.

Vice-reitor por duas gestões, Eurico Lobo é quem mais usa o discurso do administrador na campanha. Na conversa com O JORNAL, ele faz uma digressão de sua passagem por praticamente todos os cargos de gestão dentro da universidade e a experiência que somou em cada um deles. Professor desde 1979, ele tem 55 anos, e rememora com saudosismo do que fez dentro da Ufal “com o objetivo de melhorar a produção científica de Alagoas”. “Sou uma pessoa muito humanista, sou daqueles que sabem escutar”, avalia.

Por outro lado, é a professora Valéria Correia a dona do discurso mais próximo do social. Bem humorada, ela diz que sua campanha tem como uma das origens a percepção de que a Ufal pode contribuir muito mais para emancipação econômica, política e social de Alagoas. Mais nova entre os postulantes, com 49 anos, ela também é a que tem menos tempo de universidade (ingressou em 1994), mas compensa sendo dona da maior produção acadêmica entre os três, com referências, inclusive, no cenário latinoamericano.

Já Paulo Vanderlei faz o discurso do descontentamento com a atual situação. Para ele, a Ufal parou no tempo, perdendo um momento histórico de muito crescimento para o ensino superior brasileiro com a passagem do governo Lula. “Todo mundo aproveitou para crescer, menos Alagoas”, diz fazendo referência à Universidade Federal de Sergipe (Ufse), que segundo ele, tem mais cursos, mais doutores e mais produção acadêmica que a Ufal. Com 57 anos, Paulo Vanderlei é também o que tem mais tempo de trabalho, está dando aula desde 1978.

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Reitoria da Ufal: disputa acirrada