A vitória política da candidatura Outra Ufal é Possível! por Oswaldo Maciel

10/06/2011 13:22

A VITÓRIA POLÍTICA DA CANDIDATURA OUTRA UFAL É POSSÍVEL!

 

Querid@s amig@s e colegas do grupo que girou em torno da candidatura da professora Valéria Correia e Ricardo Cabús na consulta pela sucessão à reitoria da Ufal,

 

Não escrevo estas linhas apenas para confortar-nos de nossa derrota eleitoral - afinal, ela era mais do que previsível, muito embora alguns de nós ousássemos em pensar que haveria segundo turno. Nem venho ocupar-lhes para denunciar a truculência do processo eleitoral, o assédio hierarquizado junto a professores e alunos (bolsistas, principalmente), o rebaixamento moral de parte diminuta, porém significativa, dos membros que se agruparam em torno da candidatura do atual vice-reitor, Eurico Lobo. Nem venho apontar-lhes o que é notório: a sensaboria do discurso de continuidade da gestão ou o atrelamento direto e imediato às políticas de precarização estrutural da universidade junto à sociedade brasileira. Não venho nem mesmo inquirir as lideranças da chapa vencedora acerca das fontes dos recursos que sustentaram uma campanha deveras rica, ou perguntar o que será feito das centenas de camisas (um mar de sangue) que sobraram por não haver corpo suficiente para vestir-lhes no dia 8 de junho de 2011 (sacos foram arrastados, ao final do dia, pelos corredores de nossas unidades, de volta para a mala dos carros que os trouxeram).

Escrevo para dignificar a coragem de Valéria Correia em corporificar este projeto coletivo contra seus planos pessoais imediatos; e escrevo ainda para dignificar nossa luta, os dias infindos de labuta e articulações, as noites em claro que muitos passaram; o gesto da estudante que me entregou um comprovante de depósito de R$ 20,00 para nossa campanha, quase que pedindo desculpas por ter doado tão pouco; a posição pronta, desde a primeira hora, de figuras como a do professor Wilson Sampaio, mas também a de outras lideranças históricas da esquerda na Ufal que sempre se viram estigmatizadas pelo conservadorismo insano de nossa elite intelectual e política (é bom lembrar que esta esquerda, comumente apelidada de “ultra-crítica” [sic], “radical”, “xiita” forjou, junto com setores progressistas, uma proposta inicial a ser discutida e aprofundada em outros momentos históricos sobre uma outra universidade); escrevo para dignificar o gesto solidário de muitos setores da sociedade civil organizada, intelectuais e lideranças da sociedade alagoana e brasileira que manifestaram apoio a nossa propositura.

Anseio pelo dia em que tenhamos uma luta brechtiana, em que o sangue nas veias ouse romper o tecido de carne e espoque, maculando a realidade perfeitinha cantada pelos porta-vozes do estabelecido. Por agora, no entanto, estou mais do que satisfeito com a disputa hamletiana que travamos. Se continuarmos vigilantes, a Ufal manterá dentro de sua consciência a questão: ser ou não ser para todos? Ser ou não ser mais viva? Ser ou não ser outra? Ouvimos a resposta momentânea que as urnas nos deram, mas é claro que todos ouviram a outra resposta que foi dada em suas alamedas, corredores, auditórios e mesmo em alguns gabinetes. A consciência da nossa universidade foi desperta, e isto é digno!

Contra o mesmo, o ousado e diferente!

Contra o velho putrefato, o novo cintilante!

Contra o feitor, o ladino e o boçal!

Contra a máquina, a paixão!

Contra o recrutamento forçado, o convencimento dialogado!

Contra as empreiteiras, a força social que desestrutura alicerces sólidos!

Contra todos os prognósticos, a vitória política!